quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ah, como eu queria ter uma bola de cristal agora


O Mercado do Kinaxixi, numa altura em que ainda existia, em foto do Kota 50: só lembranças

Nos próximos dia, deve chegar aqui por casa o livro Aerograma, do blogueiro Afonso Loureiro, do ótimo Aerograma. Espero o título com muita expectativa - já tentamos fazê-lo cruzar o Atlântico duas vezes e não deu certo - e agora acho que vai. Obrigado, Afonso.

Vai ser muito bom para relembrar das coisas de Luanda, apesar de eu ter lido todos os posts, um a um, e o livro trazer lá uma ou outra novidade. Mas vamos lá. Tudo isso é para dizer do meu desejo de ter um portal de teletransporte ou uma bola de cristal e aparecer, de súbito, em Luanda, e ver o que mudou nestes quase dois anos em que parti.

Os leitores que quiserem me ajudar, podiam responder nos comentários:

1) Como está a noite da Ilha de Luanda?

2) Já houve a gala da revista Chocolate este ano?

3) O trânsito na rua Rey Katyavala ainda é muito caótico?

4) Os ônibus finalmente começaram a circular em Luanda?

5) Sónia Boutique ainda anuncia na TV, sempre que há coleções novas nas lojas?

6) Os vôos da Taag para o Rio de Janeiro ainda são muito divertidos?

7) O Elinga teatro e o Palos ainda bombam, com as baladas mais incríveis de Luanda?

8) As catorzinhas ainda pedem saldo como prova de amor?

9) Ainda existe o programa Nu Feminino, um momento de relax, na RNA?

10) A Coluna Gente, do Jornal de Angola, ainda cobre as festas e buxixos da sociedade com notas fantásticas também sobre artistas brasileiros?

11) Os brasileiros mais emperdernidos ainda vivem pros lados do Futungo de Belas?

12) As praias da moda ainda são as do Mussulo?

13) As festas de aniversário ainda começam na sexta e vão até domingo, nos buffets da Maianga?

14) Quais são as músicas da moda? A nosso memória lembra de "A Outra" e "Gnaxi".

15) Como estarão aquelas torres todas que subiam em 2008? As gruas ainda dominam a paisagem para os lados do Miramar?

16) E eleições, quando teremos em Angola?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Baleias

E a polêmica a cerca das baleias que visitam Luanda continua. Alguns angolanos andam alardeando aos 4 cantos do cyberespaço que as baleias são frequentadoras assíduas de Luanda.

Que elas passeiam por essas bandas não resta dúvidas, mas dai a dizer que é um fenômeno corriqueiro da paisagem da cidade existe uma enorme diferença.

Algumas fotos foram espalhadas, tiradas do Chicala, como se fosse assim, fácil, fácil dar de cara com as piruetas de uma baleia em meio ao caos do trânsito quando se volta do trabalho...

Mas agora a verdade vem a tona. Sim as baleias estavam no Chicala, mas não estavam assim tão perto e tão pouco foram vistas por todos. Apenas um pequeno grupo privilegiados que passeavam em seu barquinho pode apreciar o belo espetáculo.

Quem quiser ver as fotos publicadas no blog do Angola Bela é só clicar aqui..

Eu continuo procurando quem viu assim de tão pertinho as rainhas do mar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

domingo, 10 de outubro de 2010

Conversas nossas

A vantagem do tempo fresco e chuvoso de Portugal é podermos passar o dia todo entre o sofá e a cozinha, o sofá e o computador, o sofá e um filmezito na televisão sem remorsos de se ter perdido um óptimo dia de praia, como em Luanda. Num dos momentos de preguicite domingueira, fui investigar como parava o meu outro blog. Fui recordar, coisa para a qual não sou muito dada. E claro, fui encontrar os sempre queridos comentários do FBaião. Um que já nem me lembrava, era a promessa de que beberíamos uma biricoca em Luanda. Nunca bebemos nenhuma. Juntos. Também prometemos, isso já na Casa, que ele me autografava o último livro. Também falhamos. Apesar da "personagem" polémica em alguns assuntos, é indiscutível que muito aprendemos com o FBaião. Inevitavelmente sobre Angola, o país que tínhamos todos, os da Casa e muitos dos comentadores, em comum. Num dos comentários que o FBaião fez no meu blog, dizia-me que quando engravidasse, para beber água do Bengo e o bebé nasceria forte e suadável. Tentei encontrar o comentário mas, são tantos os que fazia, quer aqui quer no outro blog que foi impossível encontrá-lo. Guardei-o na altura para mim e achei carinhoso, que o FBaião achasse que o meu bebé, na sua imaginação, iria de alguma forma estar ligado a Angola. Que eu estaria ainda em Angola, quando chegasse a altura. O comentário, terá sido feito à cerca de 2 anos. Esta na hora, Fernando, de beber a água do Bengo.
*Apesar de não apreciar especialmente de exposição no blog, este é o post em que decidi lembrar, o FBaião. Já passaram alguns meses que nos deixou mas, a recordação ficou. Para sempre.

sábado, 9 de outubro de 2010

O mundo

Uma casca de noz. Descobri uma nova esteticista em Portugal, que num momento de urgência me fez infiel à minha que já dura à 15 anos. Quando entrei, mulata, cara que ri e português com o meu sotaque. Depois de alguma conversa de momento, o costume nestas coisas duríssimas de garota, descobrimos que ela nasceu onde eu vivo agora. Os olhos brilhantes e o sorriso aberto deu para perceber que realmente, há coincidências muito boas, que juntam pessoas improváveis. Depressa percebemos que a família mora na área onde eu trabalho e, que ela viveu no país dela, praticamente os mesmos anos que eu. Nunca voltou. A diferença é que os olhos de menina dela, não viram o que os meus olhos de mulher vêm, hoje. Hã, e já lá voltei, outra vez (que me perdoe a antiguinha).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Site sobre cultura africana lançado na Bienal de SP

Informação da Folha de São Paulo

Buala.org reúne artigos sobre literatura, música e artes visuais

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

De olho na mais nova geração de artistas africanos, um site que será lançado hoje na Bienal de São Paulo tenta mapear a produção cada vez mais forte dessa região.
Batizado de Buala, termo no dialeto quimbundo que significa casa ou aldeia, o novo portal deve cobrir todos os tipos de manifestação cultural na África, de literatura e música às artes, com foco em países de língua portuguesa.
"Existe uma nova geração de artistas que nasceu no pós-independência e começou a criar um discurso próprio", diz a portuguesa Marta Lança, editora do Buala.org. "Estão mais conscientes de seu lugar no mundo, buscando uma nova africanidade."
Já de pé, em fase de testes desde maio, o site registra por volta de 10 mil acessos por mês e tem cerca de 50 colaboradores espalhados pelo mundo, em especial em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Portugal e Brasil.
Para além da esfera lusófona, também há colaboradores no norte africano, no Senegal e na África do Sul.
"Para nós, interessa a situação atual, aquilo que é produzido hoje nesses países", diz Lança. "Não é uma África cristalizada no tempo. Interessam as grandes transformações das metrópoles."
Toda a reformulação urbanística de Luanda, por exemplo, é assunto para um amplo ensaio publicado no site.
Também há contribuições de escritores angolanos como Mia Couto e José Eduardo Agualusa, além da cobertura de fenômenos da cultura pop, como o estilo kuduro.
"É criar esse canal de informação entre o continente e a diáspora, usar a cultura digital para conhecer o continente", diz Lança. "Muitos dos próprios africanos não têm acesso ao discurso que está sendo produzido sobre eles."